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História do Império Hyperion

A Fundação

A Galáxia de Hyperis Draco é uma pequena galáxia ovalada, com um enorme buraco negro em seu centro, que mantém as pouco mais de quinhentas estrelas que mantém o aglomerado estelar coeso.

Próximo desse buraco negro foi onde a raça hoje conhecida como Hyperions surgiu e evoluiu, há milhões e milhões de anos. Os Hyperions foram uma das primeiras raças a desenvolver inteligência e também uma das primeiras a desenvolver a capacidade de viajar entre as estrelas que compõe Hyperis Draco.

Os Hyperions construíram inúmeras colônias em dezenas de estrelas próximas de seu sistema estelar natal, ampliando sua capacidade de produzir bens e serviços, desenvolvendo cada vez mais sua tecnologia e aprendendo mais sobre o cosmos e sobre si mesmos.

A primeira expansão foi relativamente pacífica, até que encontraram uma raça sensciente, porém pouco desenvolvida tecnologicamente -- os Tremions.

Os Tremions não eram humanóides. Eram na verdade uma espécie bastante estranha para os Hyperions -- plantas inteligentes, capazes de se comunicar através da emissão de aromas e feromônios diferentes, e com uma capacidade de locomoção bastante limitada. Apesar disso, tinham uma sociedade pujante e relativamente evoluída, tendo dominado praticamente todo seu planeta e desenvolvido tecnologias de comunicação avançadas, além de uma forma primitiva de indústria e de produção mineral.

Num primeiro momento, os Tremions foram vistos com grande interesse pelos cientistas e políticos Hyperions, mas após uma centena de anos, a novidade deixou de ser interessante. Os Hyperions então deixaram os Tremions de lado, e continuaram explorando a galáxia.

Após algumas centenas de anos, os Hyperions haviam colonizado todas as estrelas ao redor do buraco negro, cerca de cinquenta delas. Bilhões de Hyperions polulavam centenas de planetas, muitos habitáveis, mas uma grande maioria inabitável porém com grandes Domos que permitiam que a população sobrevivesse em planetas rochosos e em satélites naturais que de outro modo seriam inabitáveis.

Durante esta era, não havia um governo centralizado entre os Hyperions -- cada colônia era relativamente independente, ainda que todos se considerassem Hyperions e buscassem, pelo menos uma vez em sua vida, visitar a estrela-natal. A cultura era relativamente homogênea e todos viviam em relativa prosperidade.

Isso, claro, não duraria para sempre.

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A República

Após algumas centenas de anos, a tecnologia de comunicação e transporte evoluiu bastante. E com isso, os planetas mais distantes do planeta-natal começaram a perceber que eles tinham bem menos recursos que os planetas conhecidos como "nucleares", os mais próximos do buraco negro da galáxia.

Isso gerou um ressentimento em diversos desses planetas, que começaram a cobrar maior participação e maiores recursos do planeta-natal. Com isso, surgiram movimentos segregacionistas e imperialistas -- diversos planetas mais distantes começaram a produzir Naves de Guerra, e até mesmo roubar naves cargueiras que passavam em seus sistemas!

Essa fase, no entanto, não durou muito. Os líderes de Hyperion decidiram que a melhor maneira para evitar o ressentimento e a dissenção seria trazer todos os planetas para trabalharem mais de perto, trazendo seus problemas e desavenças num grande conselho de planetas, com uma liderança mista e rotativa entre todos os planetas, e não apenas o planeta-natal. Desse modo, surgiu a República Hyperion.

Num primeiro momento, cada planeta teria direito a três representantes, escolhidos da maneira que a população do planeta assim desejasse. E a liderança da República era rotacionada entre cada planeta, que normalmente passava cerca de um mês no papel de líder do Senado Hyperion.

No papel, a República era muito bonita e funcional. Mas na prática os planetas que tinham mais recursos -- justamente os planetas "nucleares" tinham maior capacidade de negociação e também de forçar os planetas menores a se conformar com decisões não necessariamente justas.

No entanto, graças a participação de todos, e a criação de uma Armada Hyperion, houve paz na República, pois os planetas que decidissem construir naves de guerra ou atacar naves de transporte eram rapidamente suprimidos.

Centenas de anos se passaram dessa maneira, com o Senado agindo de maneira relativamente democrática e os planetas sendo obrigados a se adequar às suas ordens, até que uma revolução começasse no planeta-natal dos Tremions.

Os Tremions nunca foram integrados aos Hyperions, e ficavam relativamente isolados dentro do território dos mesmos. No entanto, uma guerra civil fez com que os Tremions desenvolvessem novas tecnologias e o Imperador Tremion I decidiu que os Tremions não seriam mais ignorados. Por muitos anos, os Tremions construíram naves de guerra e agora preparavam um ataque à estrela-natal dos Hyperions.

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Era das Trevas - Parte I

Fora durante o período de liderança de Rufus Imperion que o que ficaria conhecido como O Ataque ocorrera.

Os Hyperions eram tecnologicamente avançados e tinham uma ampla sociedade espalhada por centenas de estrelas -- praticamente 1/3 de todas as estrelas da galáxia de Hyperis Draco e ainda que sua República tivesse falhas, a paz reinava e a economia era pujante. Tudo isso mudaria rapidamente com o ataque derradeiro do Imperador Tremion I.

Apesar de terem algumas naves de guerra, o foco dos Hyperions era na exploração espacial e em manter um bom padrão de vida para todos que viviam nas colônias. Claro, planetas do "núcleo" de fato tinham uma vida bem melhor que os mais distantes, e havia escaramuças eventuais entre lideranças longínquas, mas como todos tinham condições de ter o controle real do Senado Hyperion, mesmo planetas que passavam grandes períodos de tempo relativamente segregados e esquecidos tinham seus momentos de prosperidade, quando um dos Senadores da colônia tomava controle do Senado e podia, assim, usar recursos praticamente inesgotáveis para melhorar sua própria colônia.

Rufus Imperion era o Senador da Colônia Zetanita, cerca de 50 parsecs de distância do planeta-natal. Era um Hyperion bem tradicionalista, mas relativamente retrógrado e não gostava de mudanças bruscas de política nem avanços tecnológicos que julgava excessivo. Zetanita não era um planeta Classe M, nem mesmo um planeta Classe L -- era um planeta rochoso pequeno e frio, e toda sua população, de cerca de doze milhões de habitantes, vivia em Domos. A viagem de Zetanita ao planeta-natal levava quase cinco anos, de modo que era bem difícil manter rotas comerciais até esse.

Notícias sobre uma frota de naves de guerra Tremion à caminho do planeta-natal chegaram até o então Chanceler Rufus, que simplesmente ignorou as notícias -- afinal, os Tremion eram uma forma de vida primitiva e jamais teriam naves de guerra. Esse seu desdém custou muito caro para os Hyperions.

***

Rufus Imperion observava a beleza que era o céu noturno do planeta-natal Hyperion. Não havia estrelas -- apenas um brilho arroxeado fractal que se estendia desde o poente até praticamente o nascente, e que constantemente mudava de intensidade e de forma. Era o que os cientistas chamavam de "horizonte de eventos" do gigantesco buraco negro no qual todo o aglomerado galático de Hyperis Draco orbitava e se mantinha coeso.

A mesa do Chanceler estava cheia de pergaminhos, além de PADs e de micro-hologramas. Ele era um homem educado, mas gostava tanto da tecnologia arcaica quando da moderna. Os pergaminhos -- todos seus -- tinham desenhos diversos. Rabiscos, em sua maioria, mas alguns tinham anotações a caneta e até mesmo a carvão. Rufus gostava muito de desenhar, e sempre desenhava enquanto estava pensando. Hoje, ele pensava bastante em seu planeta natal, uma pequena bolinha de pedra flutuando numa estrela vermelha tão, tão distante que para falar com sua filha ele levava quase uma hora, mesmo com os melhores repetidores de sinal subespaciais. Ele ainda se preocupava que somente neste ano puderam instalar repetidores mais modernos... os repetidores que foram instalados enquanto ele morava em Zetanita tinham quase cinquenta anos e eram pelo menos vinte vezes mais lentos que os modernos, recém-instalados.

Além de sua filha e seu planeta natal, Rufus estava pensando no que os Ministros Militares -- uma junta de cinquenta dos melhores guerreiros de Hyperion, todos generais -- havia lhe informado. Os sensores de matéria escura haviam detectado sinais de dobra partindo de Tremion, e pela energia deslocada, pelo menos quinhentas mil toneladas métricas estavam à caminho direto do planeta-natal Hyperion.

Um Hyperion de pele muito clara e olhos negros como a noite surgiu em um dos microhologramas. Era o General Bradock, líder dos Ministros Militares.

"Chanceler, boa noite. Os sensores subespaciais de Betaria acabaram de confirmar uma aglomeração de naves Tremions à caminho do planeta-natal. Enviamos um drone-caçador ao subespaço para averiguar a situação e encontramos a presença de pelo menos cem naves, entre elas dois Dreadnoughts. A assinatura de energia das naves indica presença maciça de campos de força e... alguma espécie de material orgânico altamente energético, que não conseguimos identificar."

"Entendo. General, já acionamos a Brigada Diplomática?"

"Certamente, Chanceler."

"E?"

"E os Tremions... não respondem. Eles não respondem há mais de cem anos, como certamente sabe."

"E nossos satélites espiões? Que mantínhamos em Tremion?"

"Estão... estão obsoletos. E desativados há pelo menos duas décadas."

"Que maravilha... e justo na minha vez de governar..."

"O que disse, Chanceler?"

"Nada, nada. Bem, continuem observando."

"Devemos colocar as naves de combate em prontidão?"

"Certamente que não. Temos piratas em Grobachov e Terenor. E temos a revolta de Tripoli para resolver, não é mesmo? Tentei ligar diretamente para o Senador Trentor mas ele disse que não sabe de nada sobre essa revolta, ao mesmo tempo que as cotas de Plasma de Dobra estão atrasadas em pelo menos dois anos. Como manteremos o comércio interestelar se Tripoli não envia sua cota, e como vamos enviar o Caviar Austrusiano para Tripoli se não temos a Plasma de Dobra?"

"Er... não sei, senhor."

"Exatamente. De qualquer maneira, coloque os Drones de Defesa em prontidão. E acione os Pelotões de Defesa Planetária. É melhor nos prepararmos, não é mesmo? Apesar de que... duvido que criaturas tão primitivas quanto os Tremions tenham capacidade para causar algo além de um estresse temporário em nosso sistema."

"Certamente senhor."

"Qual é o ETA dessas naves?"

"Duas semanas, aproximadamente."

"Até lá... bem, vamos tentar a diplomacia com os Tremions. Algo de bom pode sair disso."

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Era das Trevas - Parte II

As naves Tremion chegaram ao sistema natal dos Hyperions e saíram do subespaço sem qualquer tipo de enfrentamento. Não havia outras naves no sistema, e apenas Drones de Defesa foram ao encontro dos Tremions.

Eram dois Dreadnoughts, dez Naves de Guerra, vinte Naves de Combate e cem Destróiers. Uma frota considerável, especialmente considerando que apenas cem Drones de Defesa estavam de prontidão na estrela natal.

Os Destróiers Tremion rapidamente destruíram todos os Drones... e os Dreadnoughts lançavam estranhas e poderosas bombas de matéria metagênica contra todas as colônias Hyperion no sistema. Milhões de pessoas morreram em questão de horas.

Foi somente quando os Dreadnoughts chegaram ao planeta-natal Hyperion que o Chanceler Rufus deu a ordem para todas as frotas Hyperion retornarem para defender o planeta-natal. E isso foi alguns minutos antes dos Tremions lançarem seu ataque derradeiro -- uma carga maciça de glóbulos verterônicos, que simplesmente liquefizeram a crosta do planeta-natal, assassinando nada menos que sete bilhões de Hyperions e levando a República à sua derrocada.

***

Em Betária, cerca de 3 parsecs de distância do planeta-natal, o combate, ou melhor, a chacina dos Tremions contra os Hyperions era observada com horror e ódio. E medo -- muito medo. O Governador Trellaney Imperion sabia que Betária seria o próximo alvo dos Tremions, e precisava fazer algo para impedir que sua colônia fosse destruída. Betária era quase tão grande quanto o planeta-natal, tinha uma população de cinco bilhões além de outras cinco colônias que somavam mais dois bilhões de habitantes. As defesas de Betária eram praticamente idênticas às do planeta-natal: Drones de Defesa, que certamente seriam destruídos em minutos.

"Governador! O que vamos fazer?! Se os Tremions..."

"Não é uma questão de 'se', mas de quando. Eles virão, não tenha dúvidas. General Lyserg, teremos que tomar decisões urgentes e duríssimas. Primeiro, envie o comunicado para que as naves se encontrem aqui em Betária e não mais no planeta-natal. E depois, iniciem a evacuação de todos os civis que conseguirmos."

"Quanto tempo temos até eles chegarem?" -- perguntou a Ministra Katherion, responsável pela logística de Betária.

"Cerca de uma semana. Já nossas naves de defesa não chegarão em menos de dois ou três meses." -- disse General Lyserg.

"Então não há tempo a perder. Vamos evacuar todos para Cetis Quadrius. Chamem as naves de transporte. Conseguiremos transportar pelo menos cinco bilhões de civis com as naves que temos mais as de Cetis Quadrius. O restante terá de ficar, ou tentar a sorte com naves mais lentas. Temos doze mil naves de logística lenta em nossos espaçoportos. Isso permitiria transportar pelo menos doze milhões de toneladas de carga, entre pessoas e alimentos. Mas elas operam todas em Dobra II. Levarão quase seis anos para chegar em Cetis Quadrius."

"Quantas pessoas isso permitiria levar?"

"Cerca de doze milhões... mas... podemos levá-las em estase. Nesse caso precisaremos de bem menos alimento. E poderíamos levar mais meio bilhão de pessoas."

"Temos tempo para construir tantas câmaras de estase?"

"Sim, se todos trabalharem 20 horas por dia."

"Então vamos tentar. Enquanto isso, acione os Elevados. Eles precisam buscar uma maneira de evitar que a arma Tremion nos aniquile."

***

"HYPERIONS! SOU O IMPERADOR TREMION I! RENDAM-SE AGORA E ACEITEM SE TORNAR NOSSOS ESCRAVOS! OU SEJAM DESTRUÍDOS UM A UM, COMO FIZEMOS COM SEU PLANETA-NATAL!"

A mensagem dos Tremions viera pelo subespaço, na língua dos Hyperions. Não havia dúvidas do que estava acontecendo, nem de qual era o objetivo dos Tremions.

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Rafaeld

Era das Trevas - Parte III

Betária não demorou a ser invadida pelos Tremions. Mas ao contrário do que houvera no planeta-natal, os Tremion não queriam destruir Betária. Eles tinham enormes exércitos em seus Dreadnoughts, e tomaram o sistema em questão de dias. Felizmente para os Hyperions, menos de seiscentos milhões de cidadãos foram capturados. Infelizmente pare esses cidadãos, eles se tornaram escravos dos Tremions.

***

Em Cetis Quadrius...

"De jeito nenhum! EU sou o Governador, Trellaney, EU decido o que fazer com Cetis Quadrius! Receber seus refugiados já foi mais do que generoso de minha parte! Não temos hospitais nem residências suficientes para toda essa população! E o que eles vão fazer? Morar em nossas ruas? Sujar nossas calçadas?!"

"Governador Mendeleyev, entendo perfeitamente sua preocupação, mas lembre-se do que os Tremions acabaram de fazer com nosso planeta-natal. Eles destruíram tudo, assassinaram mais de sete bilhões de Hyperions, e agora irão de sistema em sistema para nos escravizar! Eles  fizeram isso em Betária! Minha casa! Você acha que eu queria sair de lá com o proverbial 'rabo entre as pernas'? Óbvio que não. Mas como Vice Chanceler, tive que fazer uma escolha. E minha escolha vale também para Cetis Quadrius."

"A República acabou, Trellaney! É cada um por si agora!"

"Se for cada um por si, então seremos todos Tremions. Eles vão conquistar cada planeta nosso. Eles tem uma arma absurda e estão tomando os principais planetas de nossa República. Precisamos continuar evacuando e reagrupando, e começar a revidar. Precisamos destruir todos os sistemas que deixarmos para trás."

"E por quê você não fez isso em Betária???"

"Porque tinha que evacuar o máximo de civis possíveis. E ao menos destruímos todos os estoques de materiais que tínhamos. Mas sim, eles tomaram nossas Indústrias, nossas Fazendas, nossas Mineradoras... e vão, certamente, crescer à partir de lá. Fora que os cidadãos que sobraram..." -- Trellaney estremeceu e levou as mãos até os olhos, deu uma forte esbaforada e então continuou -- "os cidadãos que sobraram certamente agora são escravos. Não podemos deixar isso acontecer. Precisamos nos organizar e levar todos os cidadãos que pudermos, num raio de dez parsecs, para fora dos Planetas Núcleo. Só assim poderemos reagrupar nossa armada e começar a pensar numa maneira de nos defender."

"Governador Mendeleyev, Trellaney, eu tive uma ideia junto dos demais Generais. Ao invés de simplesmente realizarmos essa operação 'Terra Arrasada' que Trellaney sugere, creio que valhe muito mais à pena criar uma armadilha para os Tremions. Pelo menos até termos condições de derrotá-los de uma vez por todas."

"Que tipo de armadilha sugere, General Rose?"

"Podemos transformar todas nossas Usinas de Fusão em grandes bombas de fusão. E assim que evacuarmos... deixaríamos os sistemas prontos para explodir todas as Instalações que tivermos nos planetas."

"Mas... isso funcionaria uma vez. E nas outras?"

"Aí que está a beleza -- os Tremions não saberiam quando isso iria acontecer. Abandonamos os planetas, deixamos que eles se apossem do que sobrar e então, em um só golpe... BAM!"

"É uma ideia inteligente. Creio que valha a pena. Concorda, Governador Mendeleyev?"

"Eu... eu... OK. Mas e nossas naves?"

"Vamos reagrupá-las em Taurus Cetaris. 15 parsecs daqui. E vamos evacuar agora todos os civis que conseguirmos de Antares, Micron Petrius, Alpha Piscis e Beta Piscis. Todos para Taurus Cetaris. E... bem, ainda teríamos pelos menos mais dez sistemas para evacuar, mas..."

"Mas eles são todos Trantimors e não Imperions, é isso que você queria dizer, não é?"

"Sim. E você, Governador Mendeleyev Trantimor, certamente tem muito mais influência sobre eles do que eu, Trellaney Imperion."

"Ah, mas achei que você fosse o vice chanceler Trellaney..." -- disse Mendeleyev com desdém.

"Somente no que tange nossa segurança e a devida legalidade da República. Mas eu preciso de você, Mendeleyev. Precisamos trabalhar juntos. E precisamos ser rápidos."

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O Império Hyperion

Em alguns meses, outros dez sistemas Hyperion haviam sido subjugados. Todos foram evacuados no máximo da logística de cada colônia. E parecia que os Tremions iriam ganhar... mas as táticas do Vice Chanceler Trellaney Imperion se mostrariam eficazes.

As naves Hyperion conseguiram chegar sem confrontos em Piscis Gomide e de lá fizeram o possível para garantir que a logística dos Tremions fosse desmantelada. Eles atacavam todas as naves de transporte Tremions, impedindo a chegada de novas armas e de tropas. Os Tremions tinham de fato uma frota de guerra poderosíssima, mas eles não haviam considerado que não teriam soldados suficientes para conquistar os Hyperions. E enquanto se reorganizavam e começavam a se estruturar nas colônias capturadas, os Hyperions moviam sua população de lugar e iniciava a construção de dezenas de Naves de Guerra e de Couraçados nas bases dos planetas mais distantes.

E então, pouco mais de um dois anos depois do início do ataque dos Tremions, os Hyperions começaram o contra-ataque. Primeiro usaram a sabotagem programada e destruíram as Instalações dos planetas tomados. E então atacaram simultaneamente todos os planetas capturados, recuperando-os rapidamente.

Os Tremions prepararam suas naves para novos ataques, mas graças à sua logística deficiente, não conseguiam retomar nenhum dos planetas recapturados. Seus soldados haviam sido dizimados e ainda que suas naves fossem grandes e poderosas, elas não mais serviam para tomar planetas. E sua arma derradeira, destruidora de planetas, precisava de recursos que somente podiam ser obtidos do planeta-natal Tremion, e estes nunca chegavam pois as naves de transporte eram constantemente atacadas durante sua longa trajetória até a localização da armada Tremion.

Claro, os Tremions tentavam revidar e tentavam destruir as naves Hyperion, mas mesmo tendo números e poderio superior, os Hyperions eram muito mais rápidos e manobráveis, e assim que os Drednoughts chegavam em um sistema, os Hyperions se reagrupavam em outros.

A tática de guerrilha continuou por muitos meses, até que os Tremions decidiram se reagrupar no planeta-natal.

Mas quando o fizeram, já era tarde demais para eles. Os Hyperions haviam criado uma super-arma com base em protomatéria. E assim que os Tremions de fato voltaram para seu planeta... os Hyperions lançaram sua super-arma contra a estrela vermelha dos Tremions, transformando-a numa nova e destruindo todos os Tremions de uma só vez.

A vingança viera, finalmente. E em pouco tempo, os Hyperions se reorganizaram -- mas agora sob a bandeira do Imperador Hyperion I.

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O Império Hyperion -- A Expansão

Após anos se reconstruído e recuperando-se dos danos causados pelos Tremions, o Imperador Hyperion I iniciou um ambicioso plano de expansão. Seu desejo era colonizar e conquistar todas as estrelas da galáxia, para que nunca mais tivessem que temer ou se submeter a um inimigo como os Tremions.

Assim, os Hyperions começaram a construir centenas de naves de guerra, e a povoar cada estrela da galáxia, criando tanto Espaçoportos onde podiam quanto Estações Espaciais com Espaçoportos ondem não havia planetas.

Por mais de quinhentos anos eles o fizeram, e nestes quinhentos anos os Hyperions rapidamente descobriram que os Tremions não eram seus únicos inimigos. Assim que criaram colônias no segmento interno da galáxia, logo após o segmento núcleo, inúmeras raças inteligentes começaram a ser encontradas. Em sua maioria, eram humanoides como os Hyperions, e também em sua maioria eram tecnologicamente inferiores.

Dado a sua experiência anterior com os Tremions, os Hyperions decidiram que havia apenas uma maneira de lidar com qualquer forma de inteligência inferior -- o genocídio.

Os Imperadores Hyperion II, III e IV conseguiram expurgar nada menos que doze espécies de humanoides inteligentes, sem qualquer resistência. Mas o Imperador Hyperion V não teria a mesma sorte. Ou talvez tivesse a maior sorte de todos os Hyperions...

Sob a governança do Imperador Hyperion V, os Hyperions encontraram os Bankhozianos.

Ao contrário das espécies nativas anteriores, os Bankhozianos eram uma espécie altamente inteligente e desenvolvida. Na verdade, eram tão desenvolvidos que estavam observando a expansão dos Hyperions por centenas de anos, e viam como agiam de maneira destrutiva. Desse modo, os Bankhozianos haviam construído não só defesas, como também buscavam mudar e influenciar o estilo destrutivo de imperialismo dos mesmos.

Os Bankhozianos eram bem mais esclarecidos que os Hyperions, e eram relativamente pacíficos, ainda que não pacifistas. E contataram os Hyperions antes que esses encontrassem qualquer uma de suas colônias. Eles queriam conversar e negociar. Mas iriam descobrir violentamente que os Hyperions ainda não estavam prontos para isso.

Apesar de muitos conflitos armados -- onde tanto Hyperions quanto Bankhozianos sofriam grandes perdas -- os Hyperions não conseguiam avançar nem encontrar as colônias dos Bankhozianos. E enquanto lutavam, os Bankhozianos infiltravam-se no Império Hyperion, tentando manipulá-los para que se tornassem menos violentos.

Ainda sob a governança do Imperador Hyperion V, os Hyperions encontraram uma segunda raça inteligente, porém extremamente agressiva -- os Dracons.

Ao contrário dos Banhkhozianos, os Dracons rapidamente se mostraram para os Hyperions -- destruindo e capturando quantas naves pudessem. E então partindo diretamente contra o território Hyperion, destruindo Bases Estelares e capturando colônias próximas de seu território. Os Dracons eram extremamente expansionistas e viam nos Hyperions uma oportunidade de se expandir.

Isso criou um alerta generalizado no Império, que iniciou um poderoso contra-ataque. Mas mesmo poderoso, o contra-ataque não fora suficiente para erradicar os Dracons, apenas para recapturar metade das colônias perdidas. A verdade era que o Império Hyperion havia crescido além de sua capacidade logística, e enfrentar a ameaça Dracon não seria algo fácil. Eles precisavam repensar totalmente sua estratégia.

Mas, mesmo sofrendo perdas, os Hyperions não iriam mudar sua abordagem, e nem tirar os olhos dos Bankhozianos.

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O Império Hyperion -- Renascença

A guerra entre os Dracons e os Hyperions rapidamente encontrou um ponto de equilíbrio. Os Dracons eram agressivos e poderosos, e tinham boas naves, mas não tinham a quantidade de recursos nem o mesmo nível tecnológico dos Hyperions. Já estes não tinham uma logística robusta o suficiente que permitisse rechaçar nem derrotar os Dracons.

Foi neste momento que os Bankhozianos conseguiram seu maior feito -- criar uma rebelião no coração do Império, rebelião esta que derrubou o Imperador Hyperion V e instaurou em seu lugar o Imperador Themis I.

***

Ao contrário dos imperadores anteriores, Themis não queria destruir as demais espécies, mas queria subjugá-las e internalizá-las ao Império. Themis I era uma mulher extremamente atraente e inteligente, e suas táticas de guerra e negociação eram inigualáveis. Em seu longo regime, Themis se casou nada menos que quinze vezes, e teve cinquenta filhos -- a maior parte deles criados em úteros artificiais. Ela educou todos os filhos com bastante afinco, e passou adiante uma quantidade considerável de cultura e de conhecimento.

Themis era, secretamente, parte Bankhoziana. Graças a isso, Themis conseguiu não só encontrar a localização do Consórcio Bankhoziano como usá-lo como plataforma para permitir a conquista de todos os planetas dos Dracons.

Em menos de cinquenta anos, os Dracons foram conquistados e transformados em vassalos dos Hyperions. Em outros quinze, os Bankhozianos se entregaram "espontaneamente" ao Império, também como vassalos.

Themis continuou a expandir o Império, e em pouco mais de cem anos anexou todos os planetas do "cinturão central", adicionando ao Império diversas outras raças, como os Ziggydustians e os Lerafal, além de outras raças menores que acabaram desaparecendo nos séculos vindouros.

A morte de Themis I foi profundamente sentida pelo Império, mas seus muitos descendentes deram continuidade a seu legado. Em mais três séculos, toda a galáxia fora completamente conquistada e devidamente civilizada.

A cultura Hyperion floresceu, e a sociedade como um todo evoluía. Mas diversas raças -- e até mesmo mundos menores entre os Hyperions -- se ressentiam da "vassalização", a qual viam como escravidão. Mesmo os Bankhozianos, que haviam se amalgamado tão bem aos Hyperions, sentiam que não era justo que não tivessem uma participação mais central nas decisões do Império.

Apesar de alguma dissidência, a vida era boa para todos, mesmo os escravos. Havia muitos recursos e trilhões de cidadãos que trabalhavam para criar obras de arte surpreendentes, tecnologias inovadoras e melhorar cada dia mais a vida de todos. Era uma verdadeira Era de Ouro para o Império Hyperion.

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O Império Hyperion -- A Queda

Três gerações dos Themis, tanto homens quanto mulheres, deram continuidade ao Império Hyperion. Mas como tudo que sobe demais, eventualmente vem a queda.

Trezentos anos após a conquista de todos os planetas habitáveis da galáxia, um murmurinho de insatisfação começou a crescer entre as colônias mais distantes do Núcleo Galático. Essas colônias, em sua maioria de raças que não os Hyperions, conviviam com a opulência Hyperiana e estavam cansados de seus capatazes.

Foram os Dracons que deram início à Grande Revolta. Milhões de Dracons atacaram os Hyperions e tomaram suas naves e seus lares, dizimando todos os Hyperions que encontravam em sua frente.

No Núcleo Galático, as notícias chegavam rapidamente. Mas havia problemas além dos rebeldes -- o Dillithium havia se exaurido completamente nos planetas do Núcleo, e a viagem FTL estava ameaçada.

Sem ter como debelar os rebeldes e se mostrando enfraquecido, com recursos limitados, o Impérios rapidamente se quebrou em dezenas de "Impérios" menores. Fora nessa situação crítica que o Imperador Merovingius I se levantou, na colônia de Delta Piscis.

Delta Piscis era conhecida por sua robótica avançada e sua medicina impecável. Merovingius era nada menos que PhD em Próteses Orgânicas e em Clonagem Avançada. E usando seus conhecimentos Merovingius criou uma nova raça de Hyperions -- os Pacificadores, cujo objetivo era trazer a paz e reunificar o Império.

Agindo com rapidez, Merovingius criou bilhões de Pacificadores, e usando as naves que tinha, disparou as mesmas não contra os Dracons e outras raças, mas contra o Núcleo do Império Hyperion. Em poucos meses, todos os planetas estavam tomados, e em alguns anos de negociação Merovingius conseguiu reunificar o Império.

Após essa reunificação, vendo a insatisfação das demais raças, o Imperador declarou a alforria de todos, e usou os Pacificadores para garantir que os planetas mais distantes voltassem ao status quo -- ou seja, que voltassem a fornecer produtos para o Império.

Essa Paz Armada, no entanto, não durou muito. Havia ainda dissidentes dentre os Hyperions, como os Jardineiros e os Angelicais, que acreditavam que a paz devia vir de dentro, e não através do conflito e do controle. Eles não eram muitos, mas eram vocais -- e saíram dos planetas nucleares para fundar sua própria versão do paraíso.

Para piorar, a escassez de recursos crescia a passos largos.

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O Novo Império

Com uma situação difícil em suas mãos, o Imperador Merovingius começou a ceder mais e mais controle das colônias para os novos Governadores. Para garantir a paz, o Império mantinha sempre uma Estação Orbital ou Nave Capital em órbita dos planetas, além de milhões de soldados Pacificadores nas capitais das colônias, cobrando lealdade -- ou seria melhor dizer, forçando-a através de um misto de ameaças e de violência.

Nem tudo eram dores, no entanto. A escravidão de fato fora extinta no Império, e as colônias, ainda que despojadas eventualmente e forçadas a produzir recursos para os planetas Nucleares, em troca de "Créditos Imperiais" e de produtos culturais em sua maioria (uma vez que os planetas Nucleares, além de distantes, estavam sem condições de enviarem Bens de Consumo de em troca dos recursos que consumiam, dada à total falta de Dillithium em nada menos que 2/3 dos planetas Nucleares), tinham um padrão de vida bem melhor do que quando eram meramente uma fonte de enriquecimento do Império.

Esta fase, denominada de Novo Império, foi importante para a estabilidade da galáxia. As lutas haviam cessado, as emigrações diminuído e havia prosperidade e florescimento cultural, além de uma grande "joy de vivre", especialmente vinda das espécies que não dos Hyperions.

Os planetas Nucleares, no entanto... estavam cada dia mais empolvorosa. Acostumados com tudo de bom e do melhor, eles agora se viam empobrecendo em passos largos. Tudo que consumiam era importado, e a inflação crescia rapidamente. A pobreza, erradicada há milênios, rondava as regiões mais distantes das grandes cidades. Não havia mais Dillithium, não havia mais Enérgium, e ainda que outras formas de produção de energia fossem viáveis... elas não eram a mesma coisa.

Merovigius se viu então obrigado a permitir que até os planetas Nucleares se separassem e se tornassem entidades independentes. E nesse Novo Império, tudo começou a mudar.

A cultura Hyperion, antes coesa, começou a se fragmentar. A língua natal em poucas centenas de anos deixou de existir, tornando-se uma série de dialetos. Estrelas mudavam de nome. Era um grande babel.

Apesar de tudo, o Novo Império permanecia, mas já não mais crescia. A população dos planetas Nucleares lentamente diminuía e a importância da produção cultural e social dos Hyperions se perdia com o tempo.

Gerações de novos Imperadores vieram e se foram. E em poucas centenas de anos, a situação se tornou completamente desesperadora para os planetas Nucleares. Havia agora fome, eles eram pouco importantes e, se não fossem pelos Pacificadores ainda dispostos em todos os planetas da galáxia, o Império teria deixado de existir.

***

A Praga

Fora durante o reinado do Imperador Hyperion XXIII que a situação do Novo Império se tornou muito mais complicada. A vida, como sempre, tinha maneiras de pregar estranhas peças nas pessoas.

Os Pacificadores, após centenas de anos de atuação, revelaram que tinham um defeito fatal. Seu DNA, multiplicado milhões de vezes, desenvolvera uma espécie de mutação letal. Não apenas para os próprios Pacificadores, mas para toda a vida senciente na galáxia. Dentro de seu DNA se escondia uma espécie extremamente violenta e virulenta de vírus que, em questão de meses, dizimou nada menos que 90% de toda a população de humanóides da galáxia!

A mortandade atingiu Hyperions, Angelicais, Bankhozianos, Ziggydustians... e parecia que apenas uma espécie se fortalecera com a doença -- um pequeno e pouco populoso planeta, dominado pelos Uritûnen. Entre esses, havia muitos cientistas que utilizaram esse vírus como uma espécie de "benção", permitindo que seus líderes vivessem centenas de anos!

Os poucos sobreviventes da Praga se tornaram cada vez mais reclusos. As naves e estações orbitais dos Hyperions começara a se deteriorar. E os Pacificadores, antes tão presentes, estavam agora limitados à poucos sobreviventes nos planetas distantes, e pouco mais de dez milhões de sobreviventes -- com um DNA bastante alterado -- no que agora seria o planeta dos Pacificadores.

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Nova Ordem da Galáxia

Após a Praga, o Império Hyperions começou a se reorganizar. Um novo Imperador, Hélios Prime, surgira. E Helios não era um humanóide -- era uma Inteligência Artificial altamente desenvolvida. Ao contrário dos antigos Imperadores, Helios Prime parecia bem mais benevolente e interessado em manter uma galáxia unida e estável. No entanto... seu poder era bem reduzido.

Com o Imperador Hélios Prime, e com uma galáxia agora anêmica e voltando à vida, uma nova ordem surgia. O que viria disso? Somente o tempo era capaz de dizer...

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